Rating: 3.6/5 (42 votos)
O catarismo (do grego καϑαρός, katharós, "puro") foi um movimento cristão de ascese extrema na Europa Ocidental entre os anos de 1100 e 1200, estreitamente ligado aos bogomilos da Trácia.
[1] O movimento foi tão forte no sul da Europa e na Europa Ocidental que a igreja Católica Romana passou a considerá-lo uma séria ameaça à religião ortodoxa.
[2] As principais manifestações do catarismo centralizavam-se na cidade de Albi, motivo pelo qual seus adeptos também receberam o nome de albigenses.
[3] O catarismo teve suas raízes no movimento pauliciano na Armênia e no bogomilismo na Bulgária, que tiveram influências dos seguidores de Paulo de Samósata. Embora o termo "cátaros" tenha sido usado durante séculos para identificar o movimento, ainda é discutível se o movimento se identificava mesmo com este nome.
[4] Em textos cátaros, os termos "homens bons" (Bons Hommes) ou "bons cristãos" são os termos comuns de autoidentificação.
[5] A ideia de dois deuses ou princípios, sendo um bom e outro mau, foi fundamental para as crenças dos cátaros. O Deus bom era o Deus do Novo Testamento e criador do reino espiritual, em oposição ao Deus mau, que muitos cátaros identificavam como Satanás, o criador do mundo físico do Antigo Testamento. Toda a matéria visível teria sido criada por Satanás, e portanto teria sido contaminada com o pecado. Isto incluía o corpo humano. Esse conceito é oposto ao da Igreja Católica monoteísta, cujo princípio fundamental é que há somente um Deus que criou todas as coisas visíveis e invisíveis. Os cátaros também pensavam que as almas humanas eram almas de anjo sem sexo, aprisionadas dentro da criação física de Satanás e amaldiçoadas a se reencarnarem até os fiéis cátaros alcançarem a salvação por meio de um ritual chamado Consolamentum.
[6] Desde o início de seu reinado, o papa Inocêncio III tentou usar de diplomacia para acabar com o catarismo, mas, no ano de 1208, seu delegado Pierre de Castelnau foi assassinado quando voltava para Roma depois de pregar a fé católica no sul da França.
[7] Com a opção de enviar missionários católicos e juristas extinta, o papa Inocêncio III declarou Pierre de Castelnau um mártir e lançou a Cruzada Albigense.[7][8]
O Consolamentum é um rito cátaro. Os sacerdotes cátaros, ou bons homens e boas mulheres, como se autodenominavam, eram assim chamados a partir do momento em que recebiam o consolamentum.
Ele representa simbolicamente a morte com relação ao mundo corrompido. Os crentes (croyants) eram simpatizantes da doutrina cátara e somente recebiam o consolamentum nos momentos que antecediam sua morte.
asociacioncatara.com
https://www.facebook.com/loscatarosoficial/
Sim, é assim. Na verdade, dizemos que existe um bom pai e um deus falso que fingiu ser um deus. Em nome desse demiurgo ou falso deus, muito mal foi feito no mundo (guerras, sacrifícios, sangue derramada...). A percepção dos cátaros diz que, se alguém é filho do bom pai, ele deve ser como ele, uma boa pessoa. Mas se alguém adora esse deus falso, ele também recebe seu começo, e a pessoa é dupla, boa e má.